Vão longe os Encontros marcados pelo Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, para ajudar os directores dos jornais de Inspiração Cristã a valorizar o seu aspecto gráfico e a melhorar os seus conteúdos.

Logo após à Revolução de Abril de 1974 começou a sentir-se a necessidade de uma instituição – Associação que representasse a classe… O aparecimento de uma Associação que parecia naquela altura responder aos nossos objectivos, fez arrefecer a ideia de uma Associação e fomos mesmo aconselhados a inscrever-nos naquela Associação que aparecera.

Embora houvesse logo quem reparasse que uma Associação que representava um leque de associados tão variado, dificilmente poderia responder pelos pequenos jornais como os nossos. Apesar de tudo, demos o benefício da dúvida e esperámos mais algum tempo para ver os resultados. O tempo se encarregou de dizer que tinham razão as vozes que se levantaram, afirmando a necessidade de uma Associação que respondesse pela nossa causa. Estava na mente de todos o nascimento da AIC, ainda que em embrião. Numa reunião que aconteceu na Buraca em 1985 deram-se os primeiros passos. Foi escolhida uma equipa, dirigida pelo Pe. Pinho, Salvador dos Santos e D. Idalina Alegria para elaborarem os Estatutos. Por morte do Pe. Pinho, a equipa nunca funcionou. Mais tarde, numa outra reunião, reforçou-se aquela equipa que ficou a ser presidida pelo Pe. João Caniço, Pe. Salvador dos Santos e D. Idalina Alegria. De imediato foi pedido apoio a um advogado eborense, Dr. Carvalho Moniz, que elaborou os estatutos que foram lidos e corrigidos em plenário do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja com “placet” da Conferência Episcopal, e aprovados em Assembleia Geral de associados que aconteceu em Fátima no ano de 1992. Por o Presidente da Comissão Episcopal para as Comunicações Sociais da Igreja ser o Arcebispo de Évora, D. Maurílio de Gouveia, foi nesta cidade alentejana que se lavrou a escritura de constituição da mesma no dia 13/7/93, no 1.º Cartório Notarial de Évora, assinada por: D. Maurílio de Gouveia, Pe. António Salvador dos Santos, Pe. Eduardo Pereira da Silva e António Gil Antunes.

Em Resumo: A Associação de Imprensa de Inspiração Cristã corresponde a um desejo dos responsáveis diocesanos da Comunicação Social já manifestado em Fátima em plenário, no ano de 1975. Desde logo foi escolhida uma comissão que redigiu uns estatutos e os submeteu ao plenário em reunião posterior. Entretanto surgiram outras associações e pareceu aos responsáveis que se deveria dar o benefício da dúvida às associações criadas inscrevendo-se como associados. Os anos passaram e por volta do ano de 1985, reunidos os mesmos responsáveis da Comunicação Social diocesana, desta vez na Buraca, voltaram a falar na necessidade da criação de uma associação de inspiração cristã. Porque o contexto mudara, foi escolhido uma nova equipa para redigir novos estatutos, trabalho completado e entregue à Comissão Episcopal que sugeriu algumas alterações. Entretanto falecera um dos elementos desta equipa e a Associação foi caindo no esquecimento. Porém em 1992, o mesmo plenário mandatou nova equipa para dar cumprimento às decisões anteriores e reelaborar os estatutos, tendo em conta as sugestões da Conferência Episcopal Portuguesa. Assim surgiram os estatutos por que nos regemos, depois de terem sido lidos e aprovados em assembleia, entregues à Conferência Episcopal que nos mandou avançar. Em reunião posterior, depois de aprovados os estatutos, foi eleita uma equipa dinamizadora para proceder à criação jurídica e consultar os futuros sócios fundadores para uma reunião posterior, o que veio a acontecer, tendo a equipa sido reconduzida desta vez, para no prazo de um ano implementar as primeiras eleições de que saíram eleitos os corpos sociais em funções no triénio 1994-96 e cujo trabalho está registado no relatório anual e plano de actividades.

Primeira Assembleia Geral da AIC:

Servimo-nos do relato feito pelo Jornal da Beira em 3 de Março de 1994, sobre a primeira Assembleia Geral: “Na manhã de sábado último, dia 26, reuniu, no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima, a primeira Assembleia Geral da recém-constituída Associação de Imprensa de Inspiração Cristã – AIC.  A Ordem de Trabalhos incluía as seguintes rubricas: 1- Informações fornecidas pela Comissão Instaladora; 2- Relatório de Contas e Actividades da Comissão Instaladora; 3- Eleição dos Corpos Sociais; 4- Tomada de posse dos novos Corpos Sociais para o triénio 1994-1997. Conduziu os trabalhos o Pe. João Caniço, primeiro responsável da Comissão Instaladora que estava assessorado pelo Pe. A. Salvador dos Santos e D. Idalina Alegria. Todas as rubricas agendadas foram integralmente cumpridas, tendo a Assembleia aprovado um voto de louvor à actividade da Comissão Instaladora, que naquele momento cessava funções. Foi presente a sufrágio uma única lista, votada por unanimidade e da qual saíram eleitos, para presidir à Assembleia Geral, Direcção e Conselho Fiscal, respectivamente: Pe. João Caniço (Lisboa), Director da Agência noticiosa Ecclesia; Pe. António Salvador dos Santos, Chefe de Redacção de “Defesa” (Évora); Mons. José Maria dos Reis Ribeiro, Director de “Noticias de Viana” (do Castelo). O chefe de redacção de “Jornal da Beira” integra o Conselho Fiscal. A ideia da fundação de uma Associação deste género não é nova. Foi votada e aprovada em pleno período revolucionário (primeiros dias de Janeiro de 1975), em Mira, face as ameaças que então pairavam sobre a Imprensa afecta à Igreja. Foram elaborados, debatidos e aprovados uns estatutos. Mas a ideia foi esmorecendo, à medida que a situação político-social se estabilizava. Recentemente, a ideia foi retomada pelos Secretariados Diocesanos das Comunicações Sociais; os estatutos, revistos e aprovados pelo Episcopado; e formalizada a criação da Associação, que nesta data já regista a adesão de largas dezenas de órgãos de comunicação social escrita, ideologicamente ligados à Igreja Católica. Os Corpos Sociais agora eleitos vão continuar os esforços que vinham sendo desenvolvidos pela Comissão Instaladora, mormente no que se refere a Porte Pago, cintagem de jornais, apoios à Imprensa, formação de quadros das publicações, etc.” (in “Jornal da Beira” em 3/3/94)

Inauguração da Sede na Av. do Colégio Militar:

A direcção presidida pelo Pe. António Salvador dos Santos, Nuno Brás, Elísio Assunção e José Pedro Xavier, sempre teve consciência que a sua passagem pelo Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, onde trabalhámos nos primeiros anos, era uma passagem efémera. Pouco a pouco fomos sentindo mais as limitações por falta de espaço, por serviços terem um horário de funcionamento fixo e por se entender que era preciso um espaço que ficasse para a posteridade. Inicialmente negociámos com a ARIC a compra de uma casa que servisse de sede às duas associações – de imprensa e de rádio. Quando se conseguiu o espaço na Av. do Colégio Militar, 28-9.º Dto., em Lisboa, na altura de marcar a escritura, a ARIC desistiu, ficando a AIC com o pesado encargo de suportar todas as despesas sozinha. Em boa hora partimos para esta aventura, cuja inauguração foi no dia 24 de Janeiro de 1996, dia de S. Francisco de Sales, como relata o “mais informação”:

A inauguração da sede constituiu ponto alto na vida da AIC.

“No passado dia 24 de Janeiro, dedicado a S. Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas, a AIC – Associação de Imprensa Cristã, inaugurou a sua sede na Av. do Colégio Militar, em Lisboa. Após a benção das instalações pelo Presidente da Comissão Episcopal, D. Maurílio de Gouveia, teve lugar uma pequena sessão solene cuja mesa foi presidida pelo Arcebispo de Évora, estando representado o Secretário de Estado da Comunicação Social, o Governador Civil de Lisboa e o Presidente da Assembleia Geral da AIC. A seu tempo, o Presidente da Direcção Pe. A. Salvador dos Santos usou da palavra para saudar e agradecer a presença de todos conforme se pode ler, mais à frente. O representante do Governo Civil de Lisboa referindo-se à AIC disse, poderem contar com uma ajuda monetária para minimizar as despesas e por parte do Secretário de Estado congratula-se com aquele espaço. O Pe. João Caniço salientou a dinâmica da Direcção que, em curto espaço de tempo, adquiriu com fundos próprios aquele espaço alegre e acolhedor, estando certo de quantos projectos se seguirão e realçou a homenagem que a AIC pretendeu fazer ao Padroeiro dos jornalistas, S. Francisco de Sales, que de futuro deve sempre ser evocado naquele dia. O Arcebispo de Évora, na qualidade de Presidente da Comissão Episcopal para os Meios de C. Social, fechou a sessão. Por ser um dia de festa, a direcção convidou todos os presentes a tomarem parte num beberete esmeradamente preparado, pretexto para um espaço de diálogo e confraternização entre os muitos participantes e a Comunicação Social ali presente”.

Adesão à NOVA:

A Rádio Renascença, TVI, ARIC – Associação de Rádios de Inspiração Cristã, a Associação de Imprensa de Inspiração Cristã, construíram a NOVA – Federação dos Meios de Comunicação Social de Inspiração Cristã a partir de Março de 1994, cuja finalidade é o auxílio mútuo a vários níveis e com peso de sugestão junto das entidades oficiais. Viriam a ter um papel de força, quando em 1995 a AIND e AID rejeitaram a entrada da AIC na CPMCS – Confederação Portuguesa dos Meios de Comunicação Social, motivando acesa polémica que viria a originar que o Presidente da CPMCS, Eng.º Magalhães Crespo pedisse a demissão. Na altura houve várias manifestações para com a AIC, nomeadamente da Rádio Renascença e TVI, motivando o seguinte comunicado: A recente decisão da AIND de inviabilizar a entrada da AIC na Confederação Portuguesa dos Meios de Comunicação Social (CPMCS) é a certeza de que aquela Associação de Imprensa não Diária, não viu com bons olhos o aparecimento da AIC – Associação de Imprensa de Inspiração Cristã. Efectivamente durante alguns anos a Imprensa de Inspiração Cristã fez-se representar pela AIND, aguardando uma decisão desta, face à pequena imprensa. A pouco e pouco, sentimos que a criação da Associação de Imprensa de Inspiração Cristã, cujos primeiros estatutos foram elaborados em 1975, era uma necessidade premente para bem do associativismo, em geral, e da imprensa de inspiração cristã em particular. Se dúvidas existissem, a atitude última da AIND e AID de impedir que a AIC faça parte da CPMCS, é a certeza de que a AIND não está vocacionada para defender a Imprensa Regional. Não obstante o espírito de abertura da Confederação, a AIND e AID têm medo da imprensa Cristã, que já representa cerca de 600 títulos com uma tiragem mensal acima de um milhão e meio de exemplares. Porque a AIC reúne as condições estatutárias para ser admitida na Confederação, o Eng.º Magalhães Crespo demitiu-se da Direcção da Confederação, gesto que mereceu já a solidariedade do Conselho de Gerência da Rádio Renascença, que repudia igualmente a decisão da AIND e da AID. A direcção da AIC registou a decisão quer da Rádio Renascença quer do Eng.º Magalhães Crespo e repudia a atitude monopolista da AIND e AID e pede aos associados da AIC que ponderem acerca das garantias duma associação que se auto proclama a única representante da imprensa regional, mesmo a de inspiração cristã.

No 10.º aniversário da AIC:

A AIC – Associação de Imprensa de Inspiração Cristã, celebrou o seu 10.º aniversário, em 13 de Julho de 2003, e mantém os objectivos iniciais, a saber: • Garantir a representação dos seus associados, defender os seus direitos e zelar pela observância das obrigações. • Promover entre os associados a cooperação, o diálogo e a crítica para a dignificação destes meios de Comunicação Social. • Incentivar nos associados a atenção e a abertura aos sinais dos tempos que se manifestam nos contextos económico, social, cultural, político e religioso do mundo contemporâneo. • Procurar que os associados, conscientes de que a Comunicação Social de Inspiração Cristã é uma realidade temporal com autonomia e regras próprias, comum a todo o Povo de Deus, mas particularmente, campo de actividade laical, sejam expressões válidas e correctas da opinião pública na Igreja e desta nas suas relações com o mundo actual. .Valorizar profissional, técnica e culturalmente os agentes da Associação.